quarta-feira, 7 de maio de 2014

Menopausa precoce exige cuidados especiais.

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Atividade física regular e dieta rica em cálcio e pobre em gordura evita problemas gerados pela ausência de hormônio

Aproximadamente três milhões de mulheres em todo o mundo - cerca de 1% da população feminina mundial - sofre com menopausa precoce antes dos 40 anos. Uma a cada cem mulheres tem sua menstruação interrompida aos 40 anos e uma, a cada mil, aos 30 anos. Normalmente, a parada de funcionamento dos ovários por esgotamento dos folículos ocorre quando a mulher está entre 45 e 55 anos de idade.
Além de anomalias cromossômicas, vários fatores podem levar à menopausa precoce. Dentre eles, o médico e professor da UFMG, Selmo Geber, aponta algumas doenças auto-imunes. " Artrite reumatóide e Miastenia gravis, por exemplo, estão associadas a uma maior produção de anticorpos que, por sua vez, podem interferir no funcionamento do ovário" , explica. Determinados tratamentos usados no combate ao câncer, como quimioterapia, radioterapia e cirurgias, também podem levar ao esgotamento dos óvulos. " Até mesmo infecções graves podem levar à falência ovariana" , ressalta Geber. Mas, as causas mais comuns continuam sendo desconhecidas.

A menopausa precoce é bastante confundida com as causas de amenorreia - caracterizada pela ausência de fluxo menstrual durante mais de três meses seguidos. Mas, de acordo com o professor, existe uma diferença fundamental: " quando a causa da amenorreia é hormonal ou uterina, o processo é reversível, uma vez que os folículos estão mantidos dentro dos ovários. Assim, após um tratamento específico, a mulher volta a ovular, com chances reais de ter uma gestação. Já na menopausa precoce, não existem mais folículos, o organismo pára de produzir os hormônios estrógeno e progesterona e a mulher torna-se infértil" , explica.
Segundo ele, quanto mais cedo for diagnosticada a menopausa precoce, menores serão as consequências. Geber acrescenta que é importante que a mulher mantenha uma atividade física regular e uma dieta rica em cálcio e pobre em gordura, para evitar problemas gerados pela ausência dos hormônios.
Além do estilo de vida mais saudável, Geber explica que existem terapias eficazes para combater os sintomas e as conseqüências da menopausa precoce. " Mas, é bom lembrar que a terapia de reposição hormonal pode ajudar no alívio dos sintomas incômodos do climatério, mas não tem eficácia alguma quando a intenção é engravidar" , destaca.
A medicina ainda não descobriu uma técnica capaz de recriar óvulos após seu esgotamento. No caso de desejo de gravidez, a alternativa é se usar a técnica de doação de óvulos e fertilização in vitro. O médico explica que o útero é preparado utilizando-se o medicamento valerato de estradiol e, quando o óvulo doado é inseminado com espermatozóide do cônjuge, é iniciado o uso de progesterona. Dessa forma, mimetiza-se os fenômenos endometriais ocorridos durante o ciclo menstrual fisiológico, preparando-o para a implantação. " A taxa de gravidez será semelhante à obtida pela doadora" , esclarece.
Outra alternativa seria a preservação dos mesmos antes de seu esgotamento.Geber explica que alguns métodos podem ser empregados, como o congelamento de fragmentos de tecido ovariano que contém os óvulos ou mesmo os próprios óvulos. " Antes de o ovário deixar de produzir folículos, é possível retirar um óvulo, congelá-lo para, futuramente, implantá-lo no útero, depois de fecundado in vitro. No momento, essas técnicas são realizadas em caráter experimental" , finaliza o especialista.

Saiba mais sobre a Menopausa e suas consequencias na vida da mulher.

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Menopausa e suas influências na pele, nas unhas e no cabelo
Vamos agora abordar outras influências...
O colágeno é uma proteína presente em grande quantidade na pele, nos cabelos, nas unhas, nos ossos e nas cartilagens, dando principalmente elasticidade e sustentação. Após a menopausa, o nível de colágeno fica reduzido em até 30% nos primeiros anos, promovendo – além das alterações ósseas conhecidas – o enfraquecimento e o envelhecimento da pele. Ela se torna mas fina e frágil; a circulação se reduz, tornando-a mais fria, pálida e azulada, particularmente nas extremidades. Aumenta a transpiração nas palmas das mãos e plantas dos pés. A pele perde elasticidade e grande quantidade de água, ficando quebradiça e enrugada.
A falta de hormônios ovarianos leva à queda de cabelo, que também se torna mais fino, quebradiço e seco. Observa-se uma diminuição importante na penugem axilar, pubiana e genital. As unhas tornam-se quebradiças e crescem mais lentamente.
Em alguns casos, especialmente em mulheres obesas, a pele pode apresentar alguns sinais de masculinização, devidos à produção relativamente mais elevada de hormônio masculino pelos ovários nessa época da vida. Podem crescer pêlos grossos e escuros, em especial no rosto, ao redor dos mamilos, entre as mamas ou no abdome.
Alguns cuidados ajudam os hormônios a manterem a pele fresca e com bom aspecto: evitar a exposição solar, usar filtro solar, manter a pele com certo grau de umidade aplicando cremes hidratantes, suspender o fumo e tomar bastante líquido.
Além disso a administração de estrógenos através da Terapia de Reposição Hormonal (TRH) melhora notavelmente o aspecto dos cabelos, das unhas e da pele, tornando-os com aparência mais saudável. Há uma diminuição do surgimento de rugas. Converse com seu médico sobre as possibilidades de realizar TRH e das diferentes opções de tratamento. Existem hoje medicamentos inovadores neste mercado e opções de tratamentos orais e trandérmicos.


Menopausa - Alterações no Humor e no Sono
Para dar continuidade à abordagem sobre a menopausa e a reposição hormonal, temas já mencionados em colunas anteriores, comentamos agora a influência da menopausa no humor e no sono.
Humor: depressão e ansiedade
Um grande número de mulheres apresenta alterações significativas de humor antes ou logo após a menopausa. Na maioria das vezes, trata-se de uma certa irritabilidade, uma menor tolerância aos acontecimentos banais do cotidiano, uma sensação freqüente de cansaço e desânimo. Essas mudanças de humor, entretanto, podem ganhar importância, com tristeza, sensação de fragilidade, choro fácil, inapetência e dificuldade de concentração. Muitas mulheres percebem um prejuízo nos seus relacionamentos nessa época da vida, com discussões constantes e até mesmo diminuição de rendimento no trabalho.
Esses sintomas, apesar de acompanharem a mulher no seu dia-a-dia, têm uma intensidade de leve a moderada. Assim, é difícil para a paciente ou seus familiares identificarem estas alterações como problemas reais, com possibilidade de tratamento. Esses são os chamados sintomas depressivos e de ansiedade da perimenopausa, que atingem até 10% da população feminina. Nas clínicas especializadas em climatérico, mais de 60% das mulheres atendidas apresentam estes sintomas. Sono: insônia e sudorese.
A diminuição dos hormônios na menopausa também provoca alterações no sono. Algumas fases do sono ficam desorganizadas e com períodos desajustados, fazendo com que a mulher acorde de manhã com a sensação de que não repousou o suficiente à noite. A insônia também é freqüente, tendo em vista que, neste período, a mulher está geralmente mais deprimida.
Os episódios de suores noturnos estão freqüentemente associados a ondas de calor. A mulher desperta bruscamente com a sensação de calor ou sufocação, muitas vezes encharcada de suor. Isso caracteriza um sono entrecortado, não repousante. Como conseqüência, a mulher, na época da menopausa, inicia o dia fatigada, com menos disposição e concentração para o trabalho.
A reposição hormonal (TRH) pode aliviar bastante esses sintomas. Os estrógenos atuam sobre o sistema nervoso central, tendo um efeito estimulante. É por isso que sua administração, a médio e longo prazo, provoca sensação de bem-estar e redução dos sintomas de tristeza e desânimo. Em algumas mulheres, o tratamento para depressão maior pode ser iniciado pela reposição hormonal, ou a dose do antidepressivo pode ser reduzida com a TRH.
Os distúrbios do sono, bem como as ondas de calor, também podem diminuir significativamente com os estrógenos da reposição hormonal, a ponto de desaparecer durante o tratamento. A melhora no padrão do sono reflete em um melhor desempenho durante o dia e, portanto, também na qualidade de vida.
Logicamente, medicamentos para TRH somente devem ser utilizados após a recomendação do seu médico.

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